O Grupo mexicano de laticínios Lala, informou em comunicado que concluiu a aquisição de 99,9% das ações da Vigor e de 50% das ações da Itambé Alimentos, que foi finalizada por “valor implícito” de R$ 5,025 bilhões. O Grupo realizou as negociações com a J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estava em controle da Vigor e detinha 50% da Itambé. A venda é uma etapa do processo de desinvestimento da JBS para levantar R$ 8 bilhões para cobrir multas e acordos de leniências.
A Vigor, segundo informações divulgadas pela Lala, possui 3,9 mil funcionários, três centros de recebimento de leite, nove plantas de produção e dezenove centros de distribuição. A receita líquida da Vigor foi, em 2016, R$ 4,9 milhões, enquanto a receita líquida da Itambé foi R$ 2,7 milhões. Ambas as empresas figuram entre as cinco maiores do setor de laticínios brasileiro, sendo que a Vigor se destaca também no setor de derivados, detendo parcela cada vez maior do mercado de iogurte (em 2016 a empresa vendeu 262,3 mil toneladas de produtos derivados do leite).
Embora o Grupo Lala tenha finalizado a compra das ações da Itambé, tais ações ainda poderão ser readquiridas pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) que pode exercer seu direito de preferência na aquisição dos 50% em ações da Itambé (a cooperativa detém os outros 50%, e protocolou a aquisição no Cade na semana passada, mas ainda está em busca de financiamento para poder concluir a aquisição).
Essas transações significam a entrada do Grupo mexicano no mercado brasileiro, um novo player no setor de laticínios, e acontece em um momento de expansão do grupo, que é o maior produtor de laticínios do México e importante player do mercado mundial. O Grupo faturou em torno de US$ 3 bilhões em 2016 e possui 22 fábricas no México, Estados Unidos e em países da América Central.
A aquisição acontece num momento de leve melhora no setor de laticínios, mas esse ainda enfrenta preços baixos aos produtores e demanda fraca, especialmente de seus derivados, dada a recuperação ainda lenta do consumo das famílias.
Especialista Responsável: Beatriz Araujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário