segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Refrigerante e Água Mineral/Sucos: Consumidores mais conscientes elevam a concorrência no mercado de bebidas não alcóolicas e pressionam o setor para criação de bebidas menos açucaradas


O refrigerante está entre as bebidas mais populares do mundo, detém a segunda maior participação no mercado mundial de soft drinks, isto é, bebidas não alcoólicas, com uma participação de 28% (dados de 2016, Euromonitor), apenas atrás da categoria água engarrafada. Todavia, o avanço das categorias mais “saudáveis” ou com valor mais reduzido de açúcar vêm ameaçando gradativamente sua posição dominante.

De acordo com a Euromonitor, o consumo médio per capita de refrigerantes no mundo observou uma queda de 4,4% em 2016, em relação ao consumo médio de 2011. O Brasil vem acompanhando esta tendência mundial de incorporação de hábitos mais saudáveis pela população, e redução no consumo médio de refrigerantes.

Em 2016, a produção total de refrigerantes no País, cerca de 14 bilhões de litros, representou uma queda de 15,3% em relação ao volume produzido em 2011. Não obstante, os impactos da crise no País, que vêm pressionando a renda disponível,  haja vista, a elevação do desemprego, a redução da massa salarial, e a busca por alternativas mais econômicas por parte da população, o setor de refrigerantes agrega a essas dificuldades a tradicional associação da bebida à imagem de um alimento que impõe riscos à saúde.

Em outubro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas lançou um comunicado global sugerindo aos países a criação de impostos sobre bebidas açucaradas, tendo em vista seus malefícios causados à população. A medida deveria desincentivar o consumo e a arrecadação convertida para investimentos de políticas para a promoção da saúde.

Em dezembro, sob influência desse movimento global, o senador Jorge Viana lançou uma proposta na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Brasil para tributar a venda e a importação de todos os refrigerantes e bebidas açucaradas no país, estabelecendo que a arrecadação teria como finalidade financiar as despesas com serviços públicos de saúde no País. A proposta segue em tramitação no Senado.

Por fim, para endossar estes eventos podemos observar que a modernidade, dada a difusão do acesso às informações e ao conhecimento, por meio da internet e redes sociais, fortalecem a conscientização por parte dos consumidores sobre o valor nutricional dos produtos consumidos. Assim, cabe ao setor de bebidas enfrentar a concorrência neste mercado, e elaborar estratégias acertadas de inovações e diversificação de portfólio, para oferecer produtos com baixo teor de açúcar ou com adoçantes naturais para enfrentar este novo ambiente setorial.

Analista Responsável pelo Setor: Laís Soares

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