Segundo os dados recentemente divulgados pela Antaq, o setor portuário nacional (portos organizados e terminais de uso privado) movimentou no ano passado um pouco mais de 998 milhões de toneladas. Este resultado representou uma queda em cerca de 1% quando comparado ao quantum movimentado em 2015.
A queda das principais safras, como o milho e a soja, contribuíram para que a movimentação total dos granéis sólidos (principal modalidade do transporte aquaviário) sofresse uma redução de 0,7% em relação ao ano de 2015. Já os granéis líquidos apresentaram uma queda de 3,8% na movimentação dada a retração da demanda interna por combustíveis. Por sua vez, as cargas conteneirizadas praticamente não apresentaram variação. O único destaque positivo se deu pelas cargas soltas que apresentaram crescimento de 7,2% muito em virtude do expressivo aumento das exportações de celulose.
Cabe destaque também a constatação de que a queda nos resultados de movimentação portuária se deu de forma muito mais intensa nos Portos Organizados do que nos Terminais de Uso Privado. Estes primeiros, como detém uma estrutura organizacional muito mais heterogênea, acabam por amargar uma queda de 2,5% em sua movimentação. Já os Terminais de Uso Privado, por serem muito mais especializados (já que grande parte atendem à finalidade de transporte e armazenamento de somente um tipo de produto, como minério de ferro ou soja) e por deterem uma lógica administrativa mais independente e muito menos burocratizada, observaram uma pequena queda de 0,25% do total de carga movimentado.
Não é por menos que, cada vez mais, aumenta-se a representatividade dos Terminais de Uso Privado no modal em detrimento dos terminais pertencentes a estrutura de um Porto Organizado. A tendência para os próximos anos é de que com o pleno vigor da lei dos portos (Lei n o 12.815, de 2013), o número de concessões para Terminais de Uso Privativo cresça de forma significativa contribuindo para o desenvolvimento do modal no Brasil.
Analista Responsável pelo Setor: Felipe Silva.
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