Após duas quedas consecutivas, a Petrobras anunciou esta semana um significativo aumento do preço da gasolina e do diesel de respectivamente 8,1% e 9,5% junto às distribuidoras. Se repassado integralmente aos postos de combustíveis e, por conseguinte ao consumidor final, o preço do diesel poderá subir cerca de R$ 0,17 por litro, e a gasolina, R$ 0,12 por litro, como mesmo alegou a estatal.
Este foi mais um movimento da nova política de definição dos preços dos combustíveis que, desde outubro passou a contar com um comitê (o Grupo Executivo de Mercado e Preços- GEMP) que se reúne mensalmente para fixar tais preços junto às distribuidoras. Assim, os preços dos principais combustíveis comercializados pela Petrobras, que anteriormente eram regulados diretamente pelo Governo (maior acionista da estatal) passaram a obedecer sobretudo os condicionantes do mercado, como as variações (para cima ou para baixo) do câmbio e dos preços do petróleo no mercado internacional.
Desta forma, a antiga política de estabilização, de certa forma artificial, dos preços internos dos combustíveis, que fora duramente criticada pelo agentes econômicos e até pelos consumidores finais foi substituída por uma política muito mais flexível.
Apesar desta nova política ainda ser recente, ela já traz em evidência algumas consequências tanto positivas quanto negativas. Se por um lado ela reflete com maior acuracidade e agilidade as condições de oferta e demanda do mercado interno e externo de forma a preservar o real valor dos combustíveis (os quais são alguns dos mais importantes preços da economia) bem como a saúde financeira da Petrobras, por outro torna-se muito mais volátil, fato este que, além de representar mais um componente potencialmente inflacionário, torna-se um vetor de disseminação de incerteza quanto ao planejamento da maioria das empresas que arcam, em grande parte, com aumentos dos custos logísticos e das famílias que veem seu poder de compra reduzido diretamente (via elevação do preço da gasolina nas bombas) e indiretamente (já que a maioria dos bens de consumo e gêneros alimentícios acabam por incorporar grande parte dos aumentos dos custos de transporte).
Analista Responsável pelo Setor: Felipe Souza
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