Quando se pensa em crise econômica, logo vem à cabeça termos como “queda nas vendas”, “redução na margem de lucro”, “demissões” e assim por diante. Entretanto, alguns setores se mostram indiferentes ao meio e demonstram que é possível aproveitar o melhor de qualquer situação. É o caso do setor de cosméticos e higiene pessoal, que em plena turbulência econômica apresenta crescimento acima da média de mercado.
Segundo dados da pesquisa Beauty Fair, realizada pela Nielsen, os produtos de higiene e beleza apresentaram um crescimento acumulado 7,5% no primeiro semestre de 2015, ante a média de 6,5% das demais cestas de produtos no período. A pesquisa justifica que esse impulso é gerado justamente pelo efeito psicológico que as crises têm sobre as pessoas. “Os produtos do setor tem um apelo emocional que ajuda a preservar a autoestima dos brasileiros em cenários de crise”, comenta Cesar Tsukuda, superintendente da Beauty Fair.
Este movimento é chamado de “efeito batom”, no qual em momentos de crise as pessoas tendem a manter ou aumentar seus gastos com produtos relacionados à beleza e higiene pessoal. Há décadas a indústria da beleza se beneficia deste comportamento e resiste às quedas na economia. Em 2015, apesar do recuo de 2,5% de janeiro a abril – o primeiro em 23 anos – o setor mostrou novamente sua resiliência e fechou o semestre com o quarto melhor desempenho, atrás apenas dos setores de limpeza, perecíveis e bebidas alcoólicas. Os hiper e supermercados foram os principais canais de comercialização dos produtos de beleza, responsáveis por 8,9% das vendas.
Este desempenho acima da média no setor de higiene e cosméticos mostra que nem sempre as crises veem para derrubar os resultados. De acordo com o foco do empresariado e o perfil da demanda, existem maneiras de transformar a “maré de azar” em “bons ventos”.
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