Com a desvalorização do Real frente ao Dólar, aliado à
um momento de alta dos preços internacionais de celulose, criou-se um cenário
muito positivo para o setor de papel e celulose.
Se num primeiro momento este prognóstico aparenta ser
contraditório ao momento que o Brasil vive, dado o declinante desempenho do
setor industrial e da economia como um todo, a desvalorização do Real provocou
um aumento da competitividade das empresas nacionais (uma vez que a produção
nacional ficou relativamente mais barata para o cliente externo já que a
celulose é cotada internacionalmente em Dólar), que aproveitaram e deslocaram
parte de sua produção para o mercado externo. É por tais razões que de janeiro até abril a
produção nacional de celulose se expandiu 4,3% e as exportações cresceram
substanciais 12,7% frente aos resultados obtidos no mesmo período do ano
passado.
É baseado neste cenário que diversas empresas do setor
já estão se movendo para aproveitar esta oportunidade e aumentar o faturamento.
A Suzano e a Klabin tirarão o País da condição de importador de cerca de 400
mil toneladas ao ano de celulose fluff (usada
na fabricação de fraldas descartáveis
e absorventes femininos) para exportador
ao anunciarem que produzirão ao total, 500 mil toneladas desse tipo de celulose nos próximos anos.
No mesmo
sentido, a Fibria divulgou a construção de uma nova linha de
produção de celulose em Três Lagoas (MS), com investimento estimado em 7,7
bilhões de reais. Esta unidade, que terá foco no mercado de exportações,
produzirá cerca de 1,75 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto.
A expectativa é que a nova linha industrial inicie produção no quarto trimestre
de 2017 e pode ser considerada uma resposta dias depois que a rival Eldorado
anunciou o início de construção de uma nova linha de produção de celulose
também em Três Lagoas, com capacidade para 2 milhões de toneladas por ano e que
consumirá investimentos de 8 bilhões de reais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário