quinta-feira, 18 de junho de 2015

Varejo: Volume de vendas do comércio varejista (restrito) acumula 1,5% de queda no ano



Os dados nacionais do comércio para o mês de abril, publicados pelo IBGE, vêm para reforçar a perda de dinamismo do varejo brasileiro na maioria das categorias acompanhadas pela instituição. O volume de vendas caiu 0,4%, enquanto a receita nominal apresentou crescimento de 0,3%, ambas as variações em relação ao mês anterior, nas séries com ajuste sazonal. É importante lembrar que, abril é o terceiro mês consecutivo em que o volume de vendas apresenta resultado negativo. Dessa forma, o comércio varejista brasileiro, no acumulado do ano, apresenta queda de 1,5% no volume de vendas e crescimento de 4,5% na receita na série original (sem ajuste sazonal). É importante destacar a desaceleração do setor, uma vez que até março, o acumulado do ano era da ordem de -0,8% e 5,5%, no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente. 

Das oito atividades do varejo restrito (aquele que não contempla as categorias Veículos e motos, partes e peças e Material de construção), seis apresentaram variação negativa no volume de vendas em relação ao mês de março e, também, seis segmentos decaíram na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As categorias que tiveram suas vendas mais prejudicadas foram Móveis e eletrodomésticos (-16,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%) e Tecidos, vestuário e calçados (-7,5%). Nesse sentido, já é possível perceber os efeitos do menor ritmo de crescimento do crédito, em conjunto com o aumento generalizado dos preços acabam afetando o poder de compra da população. Além disso, o aumento da taxa de desemprego, combinado com a estagnação da renda, faz com que os consumidores reorganizem a sua cesta de consumo, deixando de consumir produtos considerados supérfluos, além de adiar suas intenções de consumo.

 Por outro lado, as categorias que exibiram crescimento foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (2,7%). É importante destacar o bom desempenho do segundo grupo citado acima, em que acumula no ano crescimento de 13,5% e 3,9% no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente. Tal resultado mostra, claramente, o aumento das vendas dessa categoria, puxada, sobretudo, pelo desempenho dos smartphones, os quais não têm sentido os efeitos da desaceleração econômica. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário