Os
dados nacionais do comércio para o mês de abril, publicados pelo IBGE, vêm para
reforçar a perda de dinamismo do varejo brasileiro na maioria das categorias
acompanhadas pela instituição. O volume de vendas caiu 0,4%, enquanto a receita
nominal apresentou crescimento de 0,3%, ambas as variações em relação ao mês
anterior, nas séries com ajuste sazonal. É importante lembrar que, abril é o
terceiro mês consecutivo em que o volume de vendas apresenta resultado
negativo. Dessa forma, o comércio varejista brasileiro, no acumulado do ano,
apresenta queda de 1,5% no volume de vendas e crescimento de 4,5% na receita na
série original (sem ajuste sazonal). É importante destacar a desaceleração do
setor, uma vez que até março, o acumulado do ano era da ordem de -0,8% e 5,5%,
no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente.
Das
oito atividades do varejo restrito (aquele que não contempla as categorias
Veículos e motos, partes e peças e Material de construção), seis apresentaram
variação negativa no volume de vendas em relação ao mês de março e, também,
seis segmentos decaíram na comparação com o mesmo mês do ano anterior. As
categorias que tiveram suas vendas mais prejudicadas foram Móveis e
eletrodomésticos (-16,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%) e
Tecidos, vestuário e calçados (-7,5%). Nesse sentido, já é possível perceber os
efeitos do menor ritmo de crescimento do crédito, em conjunto com o aumento
generalizado dos preços acabam afetando o poder de compra da população. Além
disso, o aumento da taxa de desemprego, combinado com a estagnação da renda,
faz com que os consumidores reorganizem a sua cesta de consumo, deixando de
consumir produtos considerados supérfluos, além de adiar suas intenções de
consumo.
Por
outro lado, as categorias que exibiram crescimento foram Artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%) e Equipamentos e materiais para
escritório, informática e comunicação (2,7%). É importante destacar o bom
desempenho do segundo grupo citado acima, em que acumula no ano crescimento de
13,5% e 3,9% no volume de vendas e na receita nominal, respectivamente. Tal
resultado mostra, claramente, o aumento das vendas dessa categoria, puxada,
sobretudo, pelo desempenho dos smartphones, os quais não têm
sentido os efeitos da desaceleração econômica.
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