segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Petróleo, Produção e Refino: Queda acentuada do preço do petróleo e denúncias de corrupção


No dia 23 de junho de 2014 o preço do barril de petróleo (Brent) era cotado a US$ 115,06, a máxima do ano. Desde então o que se observou foi uma queda vertiginosa da cotação da commodity, chegando à mínima de US$ 62,02 ontem (16/11/14). Deve-se destacar que é o menor nível de preço do produto desde maio de 2009, período marcado pela crise econômica que teve origem nos Estados Unidos. Além disso, o mercado acredita que ainda há espaço para uma queda e que o petróleo pode chegar ao patamar de US$ 40.

Dentre as causas para tal queda, destaque para a decisão dos membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de manter a produção atual, a despeito do avanço da produção em outros países e do baixo ritmo de crescimento econômico mundial.

Paralelamente a esse movimento, se desenvolve a Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que vem acusando as maiores empreiteiras do país, bem como executivos da Petrobras de corrupção. Algumas das consequências que já podem ser vistas dessa investigação são: adiamento do balaço trimestral da Petrobras, processo por parte de acionistas norte-americanos na SEC (a CVM dos Estados Unidos), pois a Petrobras possui ações listadas nos EUA e pressão de credores da estatal.

Considerando o cenário descrito acima e as diversas responsabilidades da Petrobras (algumas mais evidentes, como por exemplo, de ser a principal produtora de petróleo e distribuidora de derivados, outras menos evidentes, como o papel da companhia para fomentar a indústria naval e geração de divisas, por meio de suas exportações) pode-se dizer que a queda do preço do petróleo ocorreu em um péssimo momento para a companhia e para o momento econômico atual e que se o preço do petróleo se mantiver baixo nos próximos anos, a tendência é de que o plano de investimento da estatal seja revisto, impactando o setor, a cadeia de produção que o cerca, e, considerando o peso da empresa no país, o nível de crescimento econômico do país nos próximos anos.


Por fim, embora a redução do preço do petróleo possa beneficiar no curto prazo diversos outros setores que utilizam o produto como matéria prima, ao considerar seus efeitos nocivos sobre a Petrobras e seu impacto econômico (como descrito acima) e social, considerando que os recursos advindos dos royalties do petróleo serão destinados para a educação e saúde pública, a Lafis chama atenção para os dois fatos mencionados acima (queda acentuada do preço do petróleo e as consequências das denúncias de corrupção) e os considera atualmente os maiores riscos ao desenvolvimento do setor para o médio e longo prazos. 


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