No dia 23 de junho de 2014 o preço do barril de
petróleo (Brent) era cotado a US$ 115,06, a máxima do ano. Desde então o que se
observou foi uma queda vertiginosa da cotação da commodity, chegando à mínima de US$ 62,02 ontem (16/11/14). Deve-se
destacar que é o menor nível de preço do produto desde maio de 2009, período
marcado pela crise econômica que teve origem nos Estados Unidos. Além disso, o
mercado acredita que ainda há espaço para uma queda e que o petróleo pode
chegar ao patamar de US$ 40.
Dentre as causas para tal queda, destaque para a
decisão dos membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
de manter a produção atual, a despeito do avanço da produção em outros países e
do baixo ritmo de crescimento econômico mundial.
Paralelamente a esse movimento, se desenvolve a
Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que vem acusando as maiores empreiteiras
do país, bem como executivos da Petrobras de corrupção. Algumas das
consequências que já podem ser vistas dessa investigação são: adiamento do
balaço trimestral da Petrobras, processo por parte de acionistas
norte-americanos na SEC (a CVM dos Estados Unidos), pois a Petrobras possui
ações listadas nos EUA e pressão de credores da estatal.
Considerando o cenário descrito acima e as diversas
responsabilidades da Petrobras (algumas mais evidentes, como por exemplo, de
ser a principal produtora de petróleo e distribuidora de derivados, outras
menos evidentes, como o papel da companhia para fomentar a indústria naval e
geração de divisas, por meio de suas exportações) pode-se dizer que a queda do
preço do petróleo ocorreu em um péssimo momento para a companhia e para o
momento econômico atual e que se o preço do petróleo se mantiver baixo nos
próximos anos, a tendência é de que o plano de investimento da estatal seja
revisto, impactando o setor, a cadeia de produção que o cerca, e, considerando
o peso da empresa no país, o nível de crescimento econômico do país nos
próximos anos.
Por fim, embora a redução do preço do petróleo possa
beneficiar no curto prazo diversos outros setores que utilizam o produto como
matéria prima, ao considerar seus efeitos nocivos sobre a Petrobras e seu
impacto econômico (como descrito acima) e social, considerando que os recursos
advindos dos royalties do petróleo
serão destinados para a educação e saúde pública, a Lafis chama atenção para os
dois fatos mencionados acima (queda acentuada do preço do petróleo e as
consequências das denúncias de corrupção) e os considera atualmente os maiores
riscos ao desenvolvimento do setor para o médio e longo prazos.
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