segunda-feira, 7 de março de 2016

Alumínio / Mineração - Para além da conjuntura internacional: Os desafios da competitividade da mineração nacional ante uma debilidade infraestrutural


Desde meados de 2012 e com maior relevância a partir de 2014, o setor mineral em boa parte do mundo vem apresentando dificuldades no que se refere a uma diminuição internacional de algumas commodities metálicas, como verificamos nos casos da bauxita, do alumínio ou do minério de ferro, por exemplo. Por um lado, uma queda no ritmo da demanda por aço por segmentos de construção civil e infraestrutura em países desenvolvidos (alguns em reestruturação econômica após a crise financeira internacional em 2008), e na China em acelerado crescimento a partir dos anos 2000, afetaria empresas do setor de mineração em todo o mundo. Lembramos aqui, que o ritmo de urbanização de um país é uma importante variável de avaliação de perspectivas tanto para o setor de mineração, quanto de aço. De outro, e relacionado, verificou-se uma retração de cotações minerais em todo o mundo, afetando igualmente receitas de importantes empresas. E não foi diferente no Brasil.

Adicionalmente, com um olhar ao cenário nacional, é possível mais recentemente relacionar dificuldades ao setor de mineração (além da redução da demanda interna ou internacional) à questão infraestrutural. Lembrando, por exemplo, que o processo produtivo da indústria do alumínio é eletrointensivo, em tempos de aumento do preço da energia no Brasil implicam um importante desafio à segmentos ligados ao setor mineral. E ainda que sabemos que a elevação do custo energético tenha ocorrido em decorrência da necessidade de novas matrizes geradoras com a falta de chuvas, não esqueçamos que o alto custo da energia no país sempre foi um problema  infraestrutural para diversas indústrias no país.

Mais importante, a debilidade de uma infraestrutura intermodal de transportes, de forma conectada e ampla no país imprime dificuldades cada vez maiores à competitividade do setor de mineração no país. Esta questão não se refere a um problema recente tendo em vista que um planejamento nacional de infraestrutura integrada foi abandonado, na prática, desde finais da década de 1970. Recentemente, por exemplo, é a China que entra com alguns investimentos infraestruturais em áreas de importante produção mineral no País, como no Estado do Pará. Mas o que se tem que levar em conta, é que a infraestrutura tanto de energia quanto de transportes deve ser pensada como prioridade estratégica, econômica e política em âmbito nacional. Assim, a integração de áreas portuárias com sistemas logísticos eficientes de armazenamento à hidrovias, rodovias e/ou ferrovias devem pautar qualquer debate para setores industriais, como os ligados à mineração, de modo à enfrentar os desafios recentes da economia mundial.

Analista Responsável: Thaís Virga Passos

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