A Multilaser — empresa de suprimentos de
informática e produtos eletrônicos — já produz chips de memórias em sua nova
linha de produção, localizada na unidade de Extrema (MG). A companhia é a
primeira brasileira a fabricar esses componentes localmente. Em um primeiro
momento, os chips serão utilizados apenas nos produtos da companhia, como
pendrives, tablets e smartphones. Entretanto, o objetivo é que, em breve, dois
terços da produção abasteçam o mercado nacional. Segundo Alexandre Ostrowiecki,
CEO da Multilaser, a produção local dos chips gera um barateamento entre 8% e
10% nos produtos finais. Da nova linha já saem memórias para pendrives, cartões
micro SD, o próximo passo é fabricar os tipos e MMC e D-RAM.
Essa notícia corrobora as oportunidades de
crescimento que a indústria de semicondutores pode usufruir no Brasil com a
instalação de unidades fabris capazes de fornecer componentes para os equipamentos
de informática (e telequipamentos, como smartphones) produzidos nacionalmente. Existem
diversos incentivos por parte do Governo Federal que incentiva esse tipo de
atividade (o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de
Semicondutores, as aprovações de empréstimos do BNDES estão condicionados às
compras de equipamentos de fornecedores nacionais), no entanto, destaca-se que
o mercado possui uma concorrência acirrada, que é parcialmente explicada pela
quase inexistentes tarifas de importação de semicondutores. Isso reflete-se na
observação da Multilaser sobre o fato de não conseguirem competir em termos de
melhor preço, mas buscam oferecer a melhor qualidade. É uma estratégia dentro
do cenário contemplado pela economia brasileira, onde a tributação complexa e
problemas de infraestrutura comprometem uma melhor competitividade em termos de
preço.
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