segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Transporte Aéreo: Aeroportos sobrecarregados aumentam a taxas de embarque

O mercado de aviação civil tem apresentado, há quase uma década, taxas de expansão significativas no Brasil. Em 2010, cresceu 23,4%, depois de ter avançado 17,6% em 2009, ano de recessão. O aumento da renda média brasileira, o parcelamento de passagens - que às vezes são mais baratas do que as oferecidas pelo modal rodoviário - em até cinco anos levaram aos aviões às classes C e D, assim como a valorização do Real estimulou a demanda doméstica por viagens internacionais.


Porém, esse boom aéreo esbarra na, ainda insuficiente, infraestrutura aeroportuária, pois em um mercado dinâmico como o da aviação, a carência de infraestrutura é o fator que mais limita o avanço do setor. Sem a construção de aeroportos, terminais e pistas de pouso e decolagem, estes (os aeroportos) se vêm impossibilidatos de atender a crescente demanda das empresas do setor na qual procuram aumentar sua oferta de assentos, por meio da expansão de suas frotas de aeronaves; sendo assim, o único modo de ajuste do mercado se dá por meio do aumento de preços, ou seja, onde a estrutura dos aeroportos é deficiente ou onde o mercado está saturado, os preços tendem a se elevar, exemplos desta tendência são os casos dos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro: em 2009, o preço do quilômetro voado entre Congonhas e Santos Dumont foi 90% mais alto que a média de todo o país.

Neste sentido a notícia da elevação das tarifas aéreas não é uma surpresa: a partir de 14 de março a taxa de embarque nos aeroportos do Brasil vai ficar mais cara. De R$ 19,62 vai para R$ 20,65 em voos nacionais e de R$ 60 para R$ 66 nos internacionais.


Tal aumento tende a reduzir a demanda de passageiros, sobretudos aqueles que frequentemente trafegam por rotas regionais - onde a somatória deste acréscimo no final de um período se torna significativa -, que passarão a substituir os serviços do modal por meios alternativos, sobretudo pelo transporte rodoviário, impactando negativamente, principalmente, nas pequenas e médias companhias que operam neste segmento do mercado, justamente em um período onde se evidencia um avanço na participação destas, que já respondem por quase 18% do mercado e que está diretamente ligado a demanda por voos de menores distâncias.

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