Alardeado como possivelmente o maior negócio de tecnologia da história, a aquisição da EMC Corp. pela Dell envolverá valores de US$ 67 bilhões. A Dell, ao anunciar o acordo em dinheiro e ações, prometeu desempenhar um papel mais central na tecnologia corporativa, e para isso, pretende financiar a aquisição com uma combinação de novas ações ordinárias do diretor-presidente, Michael Dell, da Silver Lake e de outros investidores, a emissão de "tracking stocks" ações vinculadas ao desempenho de uma subsidiária da EMC , seus novos financiamentos e o caixa disponível. Não há condições financeiras impostas para o fechamento da transação, afirmou a Dell. Ela divulgou recentemente que tinha cerca de US$ 12 bilhões em dívidas.
Essa aquisição corrobora a tendência de valorização dos serviços alicerçados à construção de softwares, algo que observa-se no foco da IBM em investir no nicho de cloud computing, na decisão da HP em dividir os seus negócios entre hardware e software, assim como a Dell, que busca aliar sua expertise na montagem e venda de computadores com a especialização da EMC na oferta de softwares corporativos. Esse movimento da Dell é um reflexo claro dessa tendência, já que nota-se que a montagem de computadores (seja para famílias ou para corporações) ou a confecção de semicondutores tornou-se uma mercadoria próxima a uma commodity (mais homogênea), o que confere baixa diferenciação e baixos preços, logo, baixas margens de lucro.
Outro aspecto a ser salientado dessa operação é o fato da Dell somente ter conseguido realizar isso por ter fechado o capital da companhia em 2012, pois os acionistas jamais aprovariam uma decisão tão ousada quanto essa aquisição: a empresa terá que endividar-se significativamente para conseguir recursos para fechar o negócio, sem contar que uma vez fechado, há o processo de consolidação do grupo a fim de captar as sinergias dos 2 negócios – algo que não é trivial.
Analista Responsável pelo Setor: Francisco Lira
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