O setor têxtil e de
confecções, no Brasil, começou a fazer o balanço do ano de 2014, e os dados
iniciais demonstram que o faturamento deve ter fechado 2014 em US$ 55,4
bilhões, equivalentes a R$ 130,2 bilhões, e os investimentos feitos ao longo do
ano foram de US$ 1,1 bilhão, segundo estimativa da Associação Brasileira da
Indústria têxtil e de Confecções (Abit). O dado de faturamento verificado é
inferior ao observado em 2013, quando este chegou a US$ 58,2 bilhões, porém,
quando convertido em Real, cresceu 3,8% em relação ao ano anterior,
influenciado, sobretudo, pela desvalorização da moeda nacional. Ademais, foram
fechados 20 mil postos de trabalho ao longo da cadeia durante o ano.
As informações
apresentadas ilustram a crise que a indústria têxtil e de confecções brasileira
tem enfrentado, tendo como consequência principal a concorrência com os
produtos asiáticos, já que estes possuem estrutura de custo mais competitiva,
de forma que o produto brasileiro tem dificuldades em concorrer com os produtos
asiáticos, principalmente os chineses, no mercado externo. Em adicional, a
importação brasileira desses produtos tem aumentado a cada ano, de forma que,
muitas fabricantes nacionais passaram a importar o produto acabado dessa
região, como uma alternativa para garantir a sua lucratividade.
Apesar disso, o
Brasil é o quarto maior produtor têxtil do mundo e possui o quarto maior parque
produtivo de confecção. Além disso, o Brasil é, ainda, a última cadeia têxtil
completa do Ocidente (passando desde a plantação do algodão até os desfiles de
moda, estando entre esses extremos a produção das fibras, tecelagens,
beneficiadoras, confecções e varejo). No Brasil, o setor é o segundo maior
gerador do primeiro emprego e o segundo maior empregador da indústria de
trasnformação, o que lhe garante um papel de destaque na indústria e na
economia brasileira.
As perspectivas do
setor para 2015 ainda não são animadoras, em consequência de fatores
conjunturais, como o desaquecimento da economia brasileira, e fatores
estruturais, que fazem com que o produto brasileiro não consiga concorrer com
outros produtos, em especial, os asiáticos. Entretanto, a desvalorização do
Real frente ao Dólar, com perspectivas da cotação desse último se manter alta
ao longo de 2015, traz certo alívio aos produtores, que acreditam que haverá um
aumento das encomendas, já que o importado está se tornando mais caro.
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