terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Linha Branca, Marrom e Portáteis: setor de eletrodomésticos negocia reajuste de até 7%


Redes de varejo informaram ontem que as fabricantes Samsung e LG propuseram reajustes de 2% a 7% em produtos de áudio e vídeo (linha marrom) a ser negociados nos contratos já a partir do mês de janeiro. A escalada do dólar nos últimos meses de 2014, com elevação no preço de componentes, teria pesado nos custos e as empresas dizem que precisam repassar parte do impacto às lojas. Nesse caso, trata­-se de recomposição de margem. "A área comercial já foi sondada por dois fornecedores de móveis e dois de televisores, mas não colocaram na mesa um pedido de aumento. Não há muito espaço para reajustar tabela hoje. Vai ser uma briga boa", diz o diretor de uma varejista. As redes observam que o cenário de consumo ainda enfraquecido inviabiliza reajustes de preços da indústria, e poderia levar a perda de participação de mercado das marcas.

Foi apurado que a Whirlpool (Brastemp e Consul) teria entrado numa queda de braço com a Via Varejo (Casas Bahia, Ponto Frio), meses atrás, por conta de reajustes em linha branca (como refrigerador, lavadora de roupa) que não foram aceitos, inicialmente, pela rede. Esta teria reduzido a compra de linhas da Brastemp e Consul no segundo semestre, gerando mal­estar entre as partes.


Esses fatos mostram algumas tendências desenhadas para 2015, cujas vendas devem reduzir e serem acompanhadas de aumentos de preços para manter a lucratividades dos fabricantes (em especial a Whirlpool), os quais possuem um poder de barganha que choca-se também com a capacidade de negociação da Via Varejo, que não é desprezível. Acredita-se que os reajustes nos preços dos eletrodomésicos por conta da variações cambiais não sejam tão severos devido às negociações dos oligopólios envolvendos os fabricantes e varejistas, as quais devam encaminhar-se para um consenso equilibrado (o aumento dos preços não serão baixos, mas também não serão altos). Cabe destacar que muitos estabelecimentos comerciais já realizaram muitas compras em 2014 para ter em estoque produtos que não sofreram com o aumento do dólar, o que coloca ele na posição de não aumentar os preços, porém, isso não deve durar muito. 


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