Segundo o Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do
Sistema Financeiro, divulgado pelo Banco Central do Brasil, considerando o
saldo de crédito por modalidade, o segmento de cartões de crédito representou
20,1% das operações de crédito para pessoal física em junho deste ano. Deste
modo, considerando somente os recursos livres (com taxas de juros livremente
pactuadas entre instituições financeiras e mutuários), o setor vem se
apresentando como uma das principais modalidades de crédito oferecida pelos
bancos.
Vale destacar que o desenvolvimento do setor de cartões de crédito no
Brasil é influenciado por diversos fatores, como, por exemplo, a maior
bancarização e aumento da renda da população observada nos últimos anos e está
em linha com a estratégia dos grandes bancos atuantes no país de elevar a
participação dos serviços nos resultados, em detrimento das RIF (Receitas de
Intermediação Financeira). Vale destacar que tal movimento é uma consequência
do fato das receitas de serviço apresentarem maior regularidade, sendo uma
fonte de receita menos sujeita às oscilações da economia e com maiores possibilidades
de crescer em tempos de queda da atividade, como se apresenta a atual
conjuntura.
Embora o empréstimo de recursos dos bancos por meio dos cartões também
seja considerado uma intermediação financeira, ele também agrega outros
serviços e receitas, como, por exemplo, as anualidades dos cartões e o
percentual de cada transação (lembrando que as grandes credenciadoras de
cartões de crédito no Brasil pertencem aos grandes bancos).
Desta forma, a perspectiva da Lafis para os próximos anos considera que
o setor de cartões manterá um desempenho superior ao da economia, mesmo que em
ritmo inferior ao verificado nos últimos anos, considerando que o cenário
econômico adverso também afeta negativamente o setor de cartões.
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