quinta-feira, 30 de abril de 2015

Instituições de Ensino: Os reflexos das mudanças do FIES


Anunciada em dezembro e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica em janeiro, a aquisição da Whitney Brasil pela Anima por R$ 1,1 bilhão foi desfeita. A decisão foi atribuída às mudanças nas regras do FIES, financiamento estudantil do governo federal, que reduz consideravelmente o caixa dos grupos educacionais. Os maiores acionistas voltam a ser o grupo de fundadores, a Península e a BR Investimentos. "Acho que foi uma medida positiva e não porque a fusão era um mau negócio para a Anima, ao contrário. Os valores foram estabelecidos num outro cenário e era necessário um ajuste porque a empresa ficaria muito alavancada. O ideal seria uma renegociação de preços, mas não foi possível", disse Bruno Giardino, analista do Santander.
Além disso, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar que garante a não aplicação das novas regras do FIES aos estudantes que postulam a renovação dos contratos. A liminar garante a inscrição dos estudantes que pleiteiam a continuidade no sistema nesse semestre, sem a exigência de desempenho mínimo no Enem, que foi fixada em dezembro de 2014.
Está claro que as alterações no FIES mudaram um modelo de negócios que vinha sendo gerido desde que o Fies passou a ser dotado de maiores recursos e englobar muitos alunos nas universidades/faculdades privadas, e é improvável que o cenário anterior a 2015 seja retomado. O cancelamento da aquisição da Whitney pela Anima foi o sintoma emblemático desse cenário, futuras aquisições serão impactadas, até mesmo para grandes players como a Kroton.
Fora isso, há de ver o lado positivo com a decisão do STF, que retira a insegurança dos grupos educacionais em relação ao fluxo de caixa: os alunos antigos podem renovar tranquilamente a matrícula (é mantida a base de clientes das universidades/faculdades), e pode-se corrigir livremente os preços das mensalidades. Isso garante maior tranquilidade financeira.


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