Apesar
do Ministério da Educação (MEC) ter limitado o reajuste de mensalidades em 6,4% para renovação de contratos do FIES, instituições de ensino não estão
seguindo esse limite na hora de cobrar os alunos. As universidades mantêm o
reajuste-limite nos contratos, mas pedem uma diferença à parte. A Universidade
Presbiteriana Mackenzie e a PUC-SP adotaram a prática. No Mackenzie, a diferença
entre os 6,41% fixados pelo MEC e os 8,5% previstos pela instituição será
cobrada em 3 parcelas. A escola defende que segue os parâmetros da lei que rege
o preços das mensalidades. Já a PUC-SP tem oferecido um termo de compromisso ao
estudante sobre a pendência do valor da diferença.
Parte
dessas ações das universidades são respaldadas pelas decisões da 7ª Vara Cível
da Justiça Federal de Brasília, a qual concedeu uma liminar que suspende a
determinação do MEC que limitava índice de reajuste de mensalidades de
instituições de ensino participantes do sistema de financiamento FIES. Segundo
a decisão do tribunal, a suspensão da trava imposta pelo MEC para o FIES vale
para renovações e aditivos aos contratos de financiamento. Com isso, o Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deverá "providenciar o
regular funcionamento do sistema sem as travas de valores mínimos e
máximos", afirma a decisão da juíza federal substituta Luciana Raquel de
Moura.
O
embate legal sobre uma das várias reformas do FIES, o limite de reajuste dos
contratos do FIES, ainda tende a continuar já que a decisão judicial refere-se
a contratos antigos, mas não a novos, ou seja, o controle de preços das
mensalidades de matrículas financiadas com o FIES ainda pode persistir. No entanto,
conforme foi destacado, os grupos de educação têm conseguido transpor tal
medida do governo, e isso não tem impedido tais grupos de buscar alternativas
ao FIES, o que definitivamente afetará o desempenho econômico do setor de
ensino superior em 2015.
É
emblemático que a Kroton esteja desenvolvendo uma linha própria de crédito universitário, a qual está sendo chamada
internamente de Parcelamento Especial, e deve ser oferecida já neste primeiro
semestre e destinase apenas aos calouros da Kroton que não conseguiram o FIES
neste ano. A companhia deve usar recursos próprios para financiar um percentual
da mensalidade dos alunos. A outra parcela do débito poderá ser paga após a
conclusão do curso. Já em 2016 a ideia é que os estudantes beneficiados migrem para
o FIES ou para um crédito universitário privado. Também a Kroton poderá criar
outro financiamento estudantil com recursos de terceiros em 2016.
Atualmente,
a única gestora brasileira de crédito universitário particular é a Ideal
Invest, que recentemente fechou parcerias com a Anima (SER Educacional),
Estácio, Feevale, Band Tech, Unipê e Unipac. Mas é interessante observar que
diversos grupos educacionais (especialmente aqueles com maior musculatura
financeira) estão buscando alternativas de financiamento estudantil, fora o
FIES, o que pode trazer outra dinâmica ao setor, mas por enquanto, observa-se
somente algo movido pelo sabor da conjuntura.
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