Com
uma atividade econômica mais arrefecida, o crédito mais caro, aumento dos
preços e o maior endividamento das famílias, é natural que se observe mudanças
nos hábitos dos consumidores, o que por consequência afeta o comércio
varejista. Frente a esses fatores, o consumidor passou a escolher e planejar
com mais atenção as suas compras, tornando-se mais seletivo, reduzindo as
compras feitas por impulso, diminuindo a freqüência de ida aos supermercados e
comparando mais preços e marcas.
Em adicional, a procura por marcas próprias nos supermercados vem
aumentando desde o começo deste ano. Segundo a Associação Brasileira de Marcas
Próprias (Abmapro), de março a agosto, o resultado efetivo superou em 5% o
esperado pelo setor. Tal fato pode ser explicado, principalmente, pela pressão
no custo de vida das famílias com o aumento dos preços, o que leva a crescer a
demanda pelas marcas próprias. Estas
costumam custar até 20% menos, já que há um menor custo de produção há um menor
volume de investimento gasto em marketing.
Apesar disso, uma pesquisa da Escola Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM) revelou que, de janeiro a julho deste ano, o número de lançamentos de
produtos vendidos nos supermercados e hipermercados aumentou 26% em relação ao
mesmo período de 2013, e que tal movimento acontece simultaneamente à
diminuição do tamanho das lojas. A explicação para o aumento do número de
lançamentos frente a um contexto de atividade econômica menos aquecida reside
no fato do mercado brasileiro ainda crescer acima de outros países, além da
necessidade das marcas investirem em novos produtos, já estes possuem maiores
margens de lucro.
Diante destes acontecimentos, já é possível afirmar que o comércio
varejista brasileiro tem passado por algumas transformações, outro fato
importante que se observou no setor neste primeiro semestre do ano foi o
crescimento dos chamados mercados de vizinhança, que são formados por até
quatro check-outs. Tal alargamento
justifica o avanço de grandes redes varejistas (exemplo Carrefour e Pão de
Açúcar) neste formato de comercialização. O sucesso desse canal reside no
atendimento mais personalizado e a proximidade dele com a casa e/ou local de
trabalho do cliente. Assim, a tendência é de expansão deste modelo, comprovado pela
chegada de grandes redes neste segmento.
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